terça-feira, 26 de maio de 2015

O primeiro escândalo (blognovela)

Já no ginásio, e enquanto estava na passadeira, a Isabel recebeu um sms de uma amiga que dizia o seguinte:

Abre o link e lê. Não vais gostar... bjos

Abrandou o ritmo e premiu em cima do link. Ao ler o conteúdo começou a ficar verde, azul, doida de raiva. Não podia acreditar numa coisa daquelas. Só podia ser obra da Madalena! Pensou ela. E de imediato saltou da passadeira para ir ao seu encontro.

Não precisou de andar muito. Pois também a Madalena tinha planeado ir para o ginásio e acabara de chegar.

- PODES EXPLICAR-ME ISTO?!? - Gritou a Isabel na sua direcção enquanto lhe apontava o telemóvel para a cara.
- Ei! Estás a gritar para quê? Eu não sou surda!
- NÃO ÉS SURDA? 
- Não! Não sou surda. E agora tira-me o telemóvel da cara e sai-me da frente que eu não tenho nada para falar contigo!
- DESCULPA! Não tens nada para falar comigo? Então queres dizer que não tens nada a ver com ISTO, queres ver? - E apontou para o écran.

Uma autêntica peixeirada, era o que se estava a passar ali. Todos os clientes do hotel que estavam no ginásio ouviam os gritos e uma funcionária tentou intervir pedindo que ambas saíssem senão teria de chamar a segurança.

Saíram.

- Olha Isabel, eu só saí por respeito às outras pessoas. Agora vê lá se te acalmas que eu quero ir à minha vida.
- ISSO É QUE ERA BOM!! Ires à tua vida? Mas tu pensas que eu sou o quê? E tu pensas que és alguma sumidade? És uma cobarde! UMA COBARDE! Como não conseguiste o Duarte de volta resolveste atacar-me desta maneira!
- Não sei do que é que estás a falar...

Os gritos continuavam e como a entrada do ginásio era perto da piscina o Duarte não deixou de ouvi-los e reconhecer as vozes. Levantou-se e foi à procura da Isabel quando deu por ela em cima da Madalena aos berros e injúrias.

- O que é que se passa aqui? Que gritaria é esta Isabel?
- Foi a tua mulherzinha! Olha, olha bem para aqui! LÊ!

O Duarte pegou no telemóvel e viu que estava aberta uma notícia online de uma revista considerada cor de rosa sobre a Isabel que dizia o seguinte:

Isabel Galvão, de menina rica a destruidora de lares
A dona do império de vinhos Sobreiro & Galvão, cujo título conquistou com a morte trágica dos pais num acidente de viação, é também conhecida por ser muito mimada e habituada a ter tudo o que quer. Quem a conhece atura-lhe os caprichos apenas pelo poder que tem, mas fonte segura disse esta manhã à nossa revista que ninguém gosta dela, sobretudo pela falta de escrúpulos com que lida com os negócios, 
visando, apenas, alcançar o lucro sem olhar a meios.
A mesma fonte informou-nos que o último capricho da menina Galvão foi o de cobiçar um homem casado a troco do interesse financeiro que o mesmo lhe proporciona para os seus negócios destruindo, assim, uma família e o casamento de um jovem casal.
É-lhe apontada, também, a falta de conhecimentos sobre enologia e que o sucesso da marca construída e deixada pelos pais não tardará muitos anos a desmoronar-se.

- Já leste?!? Diz-me lá: quem é que pode ter escrito uma coisa dessas?
- Mas a Madalena não trabalha nesta revista, Isabel!
- TU, TU... És mesmo um ingénuo... não vês que a revista é do mesmo grupo?!? SERÁ QUE NÃO VÊS, DUARTE?
- Bom... com licença que eu tenho mais que fazer... - Disse a Madalena virando costas. Nisto uma mão forte agarrou-lhe um braço travando-lhe a marcha:
- ONDE É QUE TU PENSAS QUE VAIS?
- Larga-me... - Respondeu baixinho sem olhar, sequer, para a Isabel.
- Não te largo. Tu tens de pagá-las! - Sussurrou a outra.

E com muita calma e de voz baixa a Madalena levantou os olhos e encarou-a dizendo-lhe:
- Não Isabel... Tu é que vais pagá-las... e tããão caro...

Perante aquela cena o Duarte agarrou a Isabel e arrastou-a para fora dali.
- Vamos embora. Tens que te acalmar! Vamos daqui!
- LOUCA, TU ÉS UMA LOUCA! FRUSTRADA! PENSAS QUE VAIS CONSEGUIR ALGUMA COISA COM ISTO?!? ESTÁS MUITO ENGANADA! EU VOU DAR CABO DA TUA VIDA, MADALENA! JURO-TE!! CABO DA TUA VIDA!!

O Duarte viu-se aflito para conseguir acalmá-la e tirá-la daquele cenário. Pediu à Madalena que seguisse caminho e disse-lhe que depois falaria com ela. Continuou num grande esforço para que a Isabel se calasse com a gritaria, mas em vão. Até que lhe ocorreu uma medida simples e eficaz. Atirou-a para dentro da piscina.



(Leia aqui todos os capítulos)

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