segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Os dias valem um fósforo

Os fins de semana são curtos. Toda a vida foram, é certo, mas agora ainda mais. Por um lado, o sábado todo ocupado com aulas, por outro o acompanhamento necessário à preparação de testes de avaliação e trabalhos de pesquisa que ela já começou a fazer. Num ápice, chegamos a Domingo à noite. É obra!
 
Tenho a sensação que trabalho de Segunda a Domingo. Todo o santo dia tenho alguma coisa em casa para fazer e, vai-se a ver, nunca nada está feito. Se pego na roupa para passar, parece que não faço outra coisa. Nunca vejo o fundo ao tacho!! Se aspiro o chão, parece que o cotão nasce, cresce, como se tivesse sido adubado. Se pego na casa de banho, começo logo a dar em doida com a quantidade de cabelos que surgem de todos os cantos, a toda a hora do dia, todos os dias da semana, tal e qual como ervas daninhas. Mudar lençóis, às vezes, faço-o antes de me deitar. Ir às compras? Bem, falta sempre qualquer coisa e eu não tenho paciência nenhuma para supermercados. Neste Domingo ainda se deu o caso de estar engripada e de na noite passada o termómetro ter subido aos 37.6º. O meu. Parece que levei uma tareia.
 
Depois, trabalho, claro está! Tento não levar nada para casa. Mas a cabeça anda comigo... os miúdos têm trabalhos para fazer, natação e catequese. Além disso, não vão para as escolas nem para casa sozinhos. À Sexta e ao Sábado, aulas todo o dia. Ao Domingo, o dia passa num fósforo.
 
Ando sempre a mil. Tal como o meu marido. De tão depressa que passam os dias, parece que já passaram seis meses desde o regresso das férias. Mas não. Passou um mês e meio. Apenas... :( Quando olho para o calendário na tentativa de programar uma saída de 2/3 dias, acabo sempre por chegar à conclusão que não dá. Pelo menos tão depressa não dá. É que até Fevereiro estou "presa" às obrigações. Por isso, se passar menos vezes por aqui, perdoem-me.
 
O meu primo Tó ligou-me no sábado ao final do dia e começou por dizer:
- Então? Já acabaste as aulas? Já trataste da casa? Já vendeste livros? Já despachaste os miúdos? Já fizeste o jantar? Já estás parada?
 
Começou assim, de tão bem que me conhece.
E só depois é que me disse o que queria.
 
Daqui resulta que todos os mínimos momentos de sossego valem ouro. Consegui jantar com o meu marido no sábado. Numa aprazível esplanada e acompanhados de sangria de espumante com frutos vermelhos. Ontem conseguimos, os quatro, ir ao lançamento da Agenda 2015 da Fundação "O Século" e tomar um café com um grupo de amigos. Nós ainda não tínhamos almoçado, os adultos. Mas de tão cansada que estava nem me apetecia ler a ementa. Pedi que alguém a lesse por mim. :)
 
Por isso, a cada minuto livre elevo o seu valor ao triplo. Pois é como se estivesse submersa no oceano e viesse raramente ao de cima respirar. Só espero recuperar rapidamente desta tosse cavernosa, dos tremores e arrepios e do nariz entupido. É a única coisa que me deita mais abaixo. E, depois, tenho alguns convites para apresentar o livro. E isso, sim, é o meu grande projecto do momento. Na verdade, não sei viver de outra forma a não ser rodeada de coisas para fazer e das pessoas de quem gosto. Tenho a casa no limite daquilo que é considerado um ambiente saudável, mas tudo se resolve. Com tranquilidade, tudo se resolve.

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