sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Dicas com amoras #5/52

O Dicas regressa depois de uma semana de ausência. Uma semana muito dura, em que estive tão doente que nem conseguia escrever. E, depois, para ajudar à festa, fiz um "detox" involuntário com detergente. Ah pois é! Fiquei intoxicada de tal maneira que, se antes só conseguia mexer os olhos por estar doente, com a intoxicação nem os olhos conseguia mexer. Foi, simplesmente, horrível!
 
Mas já estou de volta. E o Dicas. E as amoras.
E vocês, como estão?
Deixo pouca coisa para este fim de semana. Mas coisa da boa! :)
 
Ora bem! Na Biblioteca Municipal Palácio das Galveias terá lugar a actividade intitulada "Silêncio... que se vai brincar ao fado!". Trata-se de uma pequena viagem pelo mundo do fado adaptada às crianças e ao imaginário infantil, pela voz de 3 fadistas. Vai se rno sábado, às 11.00. Para informações e inscrições é este o número 93 250 06 85. E mais! É gratuito!
 
Em Sintra, na Quinta da Regaleira, podemos assistir à peça "Ulisses", pela Musgo - Associação Cultural. É uma peça de teatro sobre a viagem de Ulisses ao reencontro da família. Será que vai conseguir? Podem escolher ir no sábado às 16.00 ou no domingo às 11.00. O custo do bilhete é de 7€.
 
E que tal frequentar um workshop sobre gravidez, amamentação, preparação para o parto e tantos outros temas. O Clube Mamãs, Papás & Bebés, estará no Centro Comercial Alegro, em Alfragide, às 10.30, no Piso 0. A frequência é gratuita, mas para mais informações deixo aqui o contacto telefónico:21 712 54 03.
 
A peça de teatro "Gisberta" está em cena no Rivoli Teatro. No sábado será às 21.30 e o bilhete custa 12€. Trata-se de  uma história dura, baseada em factos verídicos sobre o brutal assassinato de um adolescente por colegas, na cidade do Porto. Mais informação aqui.
 
E quem quer aderir à moda e fazer uma aula de Zumba?
Uma aula de zumba é uma animação que merece ser experimentada, mesmo que os vossos gostos musicais não passem pelo samba, salsa, merengue ou até mambo. O que interessa é mexer o corpo de forma divertida. Esta aula terá lugar no sábado, no Arte Move Academia de Artes em Cascais e é gratuita, por isso, não deixem de aproveitar!
 
Por hoje, é tudo!
Façam o que fizerem, façam o que vos faz feliz!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ambrósio, apetecia-me algo!

(Um post para rir!)
 
O Bieber, o Justin! O miúdo a quem não adivinho grande futuro... Parece que de tão rico que é nunca está contente com a pobreza dos seus actos. Por isso mesmo decidiu dar nas vistas, mais uma vez, pelos piores motivos.
 
Não, desta vez não foi preso.
E não, não foi apanhado com droga! (pelo menos não li nada sobre isso)
Então o que foi?
 
Ora bem. Ía o belo rapazola com um grupo de amigos oportunistas numa luxuosa limousine quando, assim a modos que aborrecido, depois de ter discutido com um deles, decidiu animar a coisa.Como? Agredindo o motorista! Batendo-lhe na cabeça. Mas isto é o que dizem, atenção! Que eu cá não sou de intrigas!
 
Agora lá foi apresentar-se à esquadra e tal, e tem de ir a tribunal em Março. Ou seja, a Oeste, nada de novo! Mas ó Bieberzinho, eu até te percebo! Então não é de dar em louco? Claro que é! Aposto que disseste:
- Ambrósio, apetecia-me algo!
E o Ambrósio, distraído que ía com a preocupação de conseguir levar-te (e aos teus amigos) ao destino com a limousione inteirinha (coisas de gente pobre!), disse-te que não tinha nada para ti!
 
Não é de ficar louco?!? É! Claro que é!!
Só quem não sabe como é bom um Ferrero Rocher é que não percebe o teu acto. Até eu! Se me apetecesse um Ferrero e nada?!? Ui, começaria a ressacar! E pumba! Daria com a moca no Ambrósio!! Assim, tipo diva esfomeada! :)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O "Schumacher" é o meu pai

Aconteceu com um dos mais famosos pilotos de Formula1. Poderia ter acontecido com outra pessoa qualquer que não teria o mesmo impacto. Mas teve o impacto que teve por causa dele. Do Schumacher.
 
Ainda me lembro do acidente que vitimou o Ayrton Senna como se fosse ontem. Lembro-me daquele 1.º de Maio de 1994 como se fosse ontem. E, apesar de ser uma miúda na altura, tocou-me imenso aquele desparecimento. A brutalidade do acidente.
 
O meu pai foi piloto de autocross. Foi, aliás, campeão nacional da modalidade. Percorri o país de lés-a-lés com ele. E com a família. E com o gato e periquito. A minha irmã, ainda bebé, também ía connosco. Nada era suficientemente forte para nos separar. Era uma excitação. Vê-lo correr. Ultrapassar. Ser ultrapassado. Fazer a curva. Chegar à reta da meta. Chegar ao pódio. Erguer a taça.
 
Foram anos de entusiasmo partilhado por todos. Foram anos de dedicação. Anos de paixão. Horas de trabalho. Ora põe, ora tira motor. Ora pinta o chassi de vermelho. Ora experimenta uns amortecedores novos. Afina travões. Acelera aí para ouvir o motor. E as luvas. E o capacete. E o fato. E os óculos. E a fita amovível que limpa a lama das lentes. E a baquet ergonómicamente pensada. E a fibra. E o óleo. E o atrelado. E as licenças. Os exames médicos. As inscrições. A papelada em dia. A gasolina. O spray. O atrelado. Onde dormir. Onde comer.
 
E o protótipo monotubular. Os carros que as mãos do meu pai moldavam. A forma, a graça, a ergonomia. Eram dele. Horas e dias e semanas e meses e anos de trabalho por uma paixão. Horas e dias e semanas e anos de ausência das nossas vidas. Como qualquer apaixonado. E a alegria no seu rosto. A cada pequena conquista.
 
Tira aí uma fotografia. Conseguiste filmar aquela curva. Olha agora, olha agora. Num tempo em que o digital não convivia connosco.
 
E o reconhecimento? E os louros? E uma notícia no jornal? E uma notícia no telejornal? E patrocínios? E... obrigado? E a doença maldita que talhou a foice o percurso deste herói? E quem é que ficou a saber disso?
 
O acidente do Ayrton Senna (a que assisti em directo na televisão) arrepiou-me até ao tutano. Já tinha visto o meu pai virar o carro ao contrário em plena prova. Já o tinha visto envolvido em acidentes. Um dia até o seu carro se incendiou.
 
O acidente do Schumacher... comum como outro qualquer. Mas é o Schumacher a vítima. Super-hiper-mega fantástico por conduzir um carro. E, por isso, o mediatismo. Mas quantos Schumacher's não conhecemos nós nesta vida. Quantos heróis não conhecemos nós nesta vida?
 
Apresento-vos o meu Schmacher que conduzia um carro de corridas. Mas que também os construía. Apresento-vos uma das suas obras. E, hoje, com as suas mãos, continua a moldar.
 
Para os netos.
 
 
 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A voz do Rui Pedro, o menino de Lousada

Diz-se que quando perdemos alguém, a primeira coisa que se dilui na nossa memória é a voz da pessoa que partiu. Quanto à minha experiência, é verdade. Lembro-me do rosto, dos maneirismos, de episódios das nossas vidas em comum, mas a voz... essa não me lembro...

Lembro-me do toque, dos abraços, da presença. Lembro-me do rosto. Alegre. Triste. De cada traço, cada expressão. Não preciso de fechar os olhos para me lembrar. Bailam na minha cabeça essas memórias. Convivemos diariamente.

Quando alguém parte, sabemos como era essa pessoa quando partiu. Sabemos que não volta. Sabemos que viverá para sempre dentro de nós. Com a esperança de um dia irmos ao seu encontro. Sabe-se lá onde. Mas essa ideia alivia-nos a ausência.

Sabemos o que se passou. E a angústia cede, dá lugar à saudade. A seu tempo. E não é cada vez mais fácil. É cada vez mais difícil... suportar essa ausência...

Mas saber o que se passou é pôr um ponto final. É o fechar de um livro. É saber que o narrador acabou ali a sua história. E, perpetuá-la, irá depender do legado que deixou. É um alívio. Saber o que se passou...

Faz hoje 27 anos que nasceu o Rui Pedro. O menino de Lousada que despareceu há 16 anos. Tinha 11 anos, o Rui Pedro. Quando desapareceu. 11 anos... Era uma criança. Não consigo imaginar o que terá sido para ele, desaparecer. Não consigo imaginar o que terá sido para os seus pais o seu desaparecimento. Só consigo contrapor à experiência do desaparecimento de alguém, que morreu. De quem sabemos o que se passou.

A voz do Rui Pedro. Será que, 16 anos depois, os seus pais ainda se lembram dela? Da voz do seu menino de 11 anos? Lembrar-se-ão, de certeza, do seu rosto. Da sua comida preferida. Das suas brincadeiras. De que tipo de aluno era na escola. Dos amigos de quem falava a toda a hora. Da t-shirt que não dispensava. Dos seus hábitos na hora de dormir. De como gostava da água do banho. 

Lembrar-se-ão, de certeza, dos seus olhos gigantes de menino ávido de viver. Do maneirismo do seu cabelo. Das mãos. Tenho a certeza que se lembram das suas mãos. E das festas que ele lhes fazia com elas. Das frases que dizia sem pensar. Fruto do seu puro amor para com os seus pais. Da respiração a dormir. Dos seus sonhos. Dos seus pesadelos.

Lembrar-se-ão do que fizeram no 1.º, no 2.º, no 3.º, até ao 9.º aniversário. Das festas da escola. Das máscaras de Carnaval. Das férias que passaram juntos. Dos Natais. Dos disparates próprios que uma criança de 11 anos faz.

A mãe, lembrar-se-à do seu parto. Do grito que deu quando irrompeu para um admirável mundo novo. E, juntamente com o pai, da última palavra que lhe ouviu. Da última respiração que lhe sentiu.

Mas falta aqui um ponto final. Ficaram as reticências de um narrador que tinha todos os ingredientes para escrever uma história fantástica. O livro não se fechou. A angústia aumenta, certamente, a cada dia. Porque o amor continua.

O Rui Pedro nasceu há 27 anos. E, com ele, nasceram uma mãe e um pai. Uma nova família. Novos sonhos. Novos objectivos de vida. E ficou famoso, o Rui Pedro. Pelos piores motivos. Porque deixou a sua história a meio. Porque a sua mãe não baixou os braços. Porque continua a dar a cara. Porque as reticências que a acompanham diariamente dão-lhe força para procurar um the end. Seja ele qual for. Mas a dor, essa, não tem fim. Passou tempo demais.


É este o vídeo que hoje circula nas redes sociais. Mais um apelo à partilha de informação sobre este caso. Mais um alerta. Mais uma vez, a voz embargada da mãe. A voz do Rui Pedro. Uma voz que eu já reconheço.


Ainda sobre o texto ao Dux

Quem leu o texto que publiquei ontem, e pelos comentários, mensagens e chamadas que recebi, não conseguiu separar as águas. Uma coisa é ter uma opinião sobre as praxes, sejam elas aos caloiros ou a "doutores" dentro de uma comissão, outra coisa é o que escrevi ontem.
 
Não ficou claro para ninguém qual é a minha opinião sobre as praxes. Não ficou para quem leu apenas e só o texto. Porque não era isso que pretendia.
 
Houve quem considerasse as minhas palavras rijas e ternurentas ao mesmo tempo. Compreendo. Pois é disso que se trata. Um texto rijo. Cru. Que enumera uma série de factos. Uma série de constatações sobre a memória que o Dux e todos os envolvidos terão para todo o sempre. Uma memória construída, involutariamente, a partir da tragédia de dia 15 de Dezembro. Ternurento? Sim! Também o consideraram um pouco poético. Pois nas entrelinhas das minhas palavras, há um grande sentimento de perda. Perda não só pelas vítimas, mas também pelos que ficaram. E pelo Dux. Que perdeu os seus colegas. Que perdeu anos de vida com isto. Que perdeu mais do que ganhou.
 
Constato que não será fácil viver com a perda de seis pessoas. Com a impotência sentida perante tantas incertezas. Tantas dúvidas. Tantos pontos de interrogação. Constato que o Dux, o jovem João de 23 anos, não ficará indiferente. Que no seu futuro de jovem adulto, no seu futuro de cidadão e de pai, todas as suas decisões, sobretudo as que vier a tomar em relação aos seus filhos, terão em conta, peso e media esta marcante experiência de vida.
 
Falo como cidadã, como ex-aluna universitária que também foi praxada e como mãe. Como mãe que não sabe o que é perder um filho e como mãe que não sabe o que é ter um filho perdido. Como cidadã que não fala de cor. Que tem noção de que "o que vai no convento, só sabe quem está lá dentro". De uma ex-aluna universitária que passou por uma praxe marcada pela positiva.
 
Ser a favor ou contra as praxes é um assunto lateral. Que não interessa nada neste contexto. O que interessa aqui é o que se gera. O que ficou. O que sobreviveu. E o que sobreviveu foi tão pouco e só uma experiência que, por mais tempo que passe na vida dos que ficaram, emergirá de quando em vez como um pesadelo.
 
Nunca pensei que chegasse tão longe, o que escrevi. Nunca pensei sentir na pele a verdadeira dimensão da internet. Nunca pensei que expôr, publicamente, um conjunto de ideias tão simples para mim, sem grande necessidade de explicações, tivesse tanta gente a concordar comigo. A identificar-se comigo. Nunca pensei ir à televisão falar sobre nada. Nunca pensei que este cantinho onde escrevo disparasse em número de visitas só com a palavra "Dux".
 
Fico feliz por perceber que o meu ponto de vista é partilhado. Que poderei defender o que penso sem construções. Com base na verdade. Na minha verdade. Porque defenderei o que sinto. O que sinto do ponto de vista da memória que será gerada por uma experiência marcante. Pois é isso que somos, memória, sentimentos, sentidos. Somos gente. Apenas e só.
 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O melhor do meu dia


Hoje isto está difícil... 
Foi um dia cheio!

Primeiro, escrevi um texto sem pensar muito nisso. 
Como habitualmente, partilhei-o e, à escala das minhas visualizações diárias, tornou-se viral! 
Depois, os comentários. 
Todos positivos. Todos de incentivo a uma escrita nua de preconceitos. Cheia de sentimentos partilhados. Uma escrita de identificação.

Mais tarde, um e-mail. Um e-mail com um convite.
Um e-mail de uma repórter da SIC a convidar-me para participar no programa "Boa Tarde" da SIC, no dia 5 de Fevereiro (3.ª feira). Aceitei.

Agora, o sentido de responsabilidade enorme que herdei desta minha paixão em escrever aliada ao passo que dei com a exposição pública neste blog. O sentido de alcance, que desconhecia. O sentido e dever de agradecer a todos os que me acompanham, a todos os que me descobriram hoje. De agradecer os comentários publicados, os comentários entre colegas e amigos. De agradecer por estarem aí.

Um dia em cheio.
Cheio de coisas boas!

A ti, Dux...

Escrevo-te depois de muito pensar, ouvir e ler sobre o que te envolve.
Não te acuso. Nem te defendo.
Tenho, apenas, algumas pequenas grandes certezas.

As pedras que os teus "doutores" carregaram, herdaste-as para o resto da tua vida.
A experiência de vida que quiseste proporcionar-lhes, virou-se contra ti.
Com isto, não te tornaste um homem.
Um dia, quando estiveres no lugar dos pais dos que partiram, vais pensar duas vezes sobre as experiências de vida que queres que os teus filhos tenham.
Um dia, quando os teus filhos entrarem na faculdade, não reconhecerás a um miúdo de capa negra a condição de Dux, de líder, pois aí perceberás que não há Dux's nesta vida.
Não voltarás ao Meco de ânimo leve.
Irás viver de dedo apontado até ao último dia da tua vida.
Não conseguirás viver.
Recomeçar, continuar, serão palavras que terão dificuldade em entrar no teu dicionário.

E, Dux, foste apanhado numa rede sem fios. Acreditaste numa tradição que, nos dias de hoje, já não tem o mesmo encanto. A praxe, Dux, vivia da conquista que era entrar na faculdade no tempo em que isso era um verdadeiro feito. Um garante de futuro. Em que só os melhores conseguiam. Em que, apenas e só, o mérito contava.

Pertences a uma geração com uma grande necessidade de afirmação. Uma geração que não conhece o peso das palavras trabalho, esforço, excelência, recompensa. Pertences a uma geração que foi levada ao colo. Sem adversidades. Pertences à tua geração. Aquela que decidiste marcar com uma experiência de vida que te custará a vida toda.

A ti, Dux, que tantas cartas abertas já recebeste, esta constatação. Esta constatação de uma mãe que também foi praxada.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sósias

François Brunelle, o nome do momento no mundo da fotografia.
Este trabalho dele é, simplesmente, espectacular.
Juntou pessoas que não se conhecem de parte alguma. Pessoas sem grau de parentesco algum. Mas olhar para uma e olhar para outra é quase um reflexo.
Ora vejam.
 
(No fim, a minha sósia...)














E agora... eu!! E a Anna Netrebko!!

 



 
Sim, eu sei! Tenho imeeeennnnsooo glamour!
Mas daí a ser parecida com a Anna Netrebko, conforme me disseram...
Digam de vossa justiça!! :)
 
E vocês? Têm algum sósia?

Os meus, os teus e os nossos

Um novo léxico resultante das dinâmicas familiares que se registaram, cada vez mais, nos últimos anos. Os meus filhos, os teus filhos e os nossos filhos. Quando é que isto acontece? Quando um casal com filhos se separa. Quando um casal com filhos separadado refaz as suas vidas como novos parceiros, também eles com filhos. Quando dessa união nascem mais filhos.
 
O meu querido avô Francisco tinha 12 irmãos. Mas não eram todos filhos dos mesmos pais. Os meus bisavós ficaram, ambos, viúvos. Já não sei se foi a mãe ou o pai do meu avô que perdeu o/a companheiro/a, mas imaginemos que foi a mãe a ficar viúva. Viúva e com 5 filhos nos braços. Refez a sua vida com um viúvo que trazia 6 apêndices. Da união, nasceram mais duas crianças. Dois homens. Esses sim, irmãos de todos. Mas para o meu avô eram todos irmãos. Foi assim que foi criado. Foi assim que viveu com eles. Foi assim que chorou a partida dos que se lhe adiantaram.
 
Histórias destas não eram muito frequentes no tempo do meu avô. Quem enviuvava assim ficava até que a Sr.ª D. morte chegasse. Mas fico feliz por saber que, neste caso, não foi assim. O meu avô era do Alentejo. Do baixo. E, como bem sabemos, num meio rural ainda era menos comum. Uma história de amor. Feliz.
 
Actualmente poucos de nós conhecemos alguém que tivesse enviuvado ou divorciado com a ideia de viver sozinho para sempre. Eu não conheço. Conheço, isso sim, mães solteiras. Casais com crianças. Uns dele e outros dela.
 
Isto de amar os filhos dos outros tem que se lhe diga. Amar um filho que não é nosso... É preciso um coração do tamanho do mundo. Porque gerar um filho é gerar amor. Costumo dizer que só acreditei no amor à primeira vista quando vi um filho meu pela primeira vez. E ter um filho, gerar um filho, é gerar um compromisso. Sem contratos, papéis assinados. Com esse nascimento nasce tudo o resto. A paciência, a maternidade/paternidade, a alegria, a aprendizagem constante. Nunca estamos cansados, nada fica para depois.
 
Com os filhos dos outros, não sei como é. Mas aceitar uma situação dessas é louvável. Sair de uma relação com filhos para iniciar outra relação com os filhos dos outros, é louvável. Não é para todos. Mas é algo que acontece cada vez mais. Todos ficam a ganhar. Mais gente para amar.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

DIY #7

Há ideias tão simples, mas tão simples, que até chateia quando ficamos a conhecê-las e perguntamo-nos como é que não pensámos nelas antes. Este é um desses casos.
 
Grinaldas coloridas a partir de formas de papel. Eu facilmente fico apaixonadas pelas formas, ou melhor, pelos seus motivos coloridos. Tenho imenso cuidado ao escolhê-las . E uma grande dificuldade, confesso. Perco-me perante a oferta. A sua variedade.
 
Quando tropecei neste DIY encontrei a solução que procurava para dar outro uso às formas. Um bocadinho com cheiro a santos populares, é certo, mas uma solução prática, barata e funcional para decorarmos a nossa casa em dias de festa.
 
Ora vejam!

 
Então? Não tinha razão?
É mesmo giro. Em breve, vou experimentar. Lá para Março. Depois conto tudo.
Ah, não se esqueçam! Em tudo o que fizerem usem aquele ingrediente secreto de que já vos falei. Funciona sempre...
 
Do it yourself.
Atrevam-se!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Eu tenho o factor X

Garanto-vos que tenho! E não fiz casting nenhum! Não me sujeitei a provas por encomenda. Não precisei de ensaiar. Não fiquei em filas de espera. Nem me preocupei com o que o júri poderia pensar da minha performance.
 
Há coisas que nascem connosco. E o factor X é uma dessas coisas. De vez em quando vejo o programa. Gosto daqueles miúdos, os "Aurora". Gosto do nome. E das vozes. E dos putos. Acho que há espaço para eles no panorâma musical nacional. Desde que não se percam por vias menos lusitanas. E não! Não acho que tenham o factor X.

Oiço, dizia eu, o júri dizer a este a àquele "Tu tens o factor X", "A ti falta-te o faxtor X". Mas, afinal, onde é que está escrito o que é o Factor X? É claro que se compreende o que se pretende, mas o factor X, o verdadeiro factor X, quem o tem?

Faz-me lembrar aquela conversa dos questionários "Diga o nome do seu ídolo e não pode ser ninguém da sua família". Oi?!? Ídolo?!?

Bom! Ídolos, não tenho! Admiro algumas pessoas nas suas áreas de intervenção. Destacaram-se por terem descoberto o seu Factor X. Destacaram-se em determinada área, mas não são ídolos. Dessas pessoas cujo trabalho admiro, também sinto que tenho um pouco. Daí dizer: tenho o factor X!

Para começar:
- sou uma espécie de J. K. Rowling. Invento histórias para os mais novos e escrevo-as;
- também tenho algo de Jamie Oliver. Adoro cozinhar. E experimento. E conheço especiarias que substituem outros condimentos. E não me assusto ao ler as receitas;
- e de Dr. Phil? Ui, ui!! Já pensei em começar a cobrar;
- lembro-me de me sentir uma espécie de Dr. Oz com os doentes lá de casa. E com as mezinhas...;
- também tenho um gene da Catwoman. Subo aos armários, às bancadas da cozinha. Penduro cortinados. Empoleiro-me onde for preciso;
- de Ayrton Sena (Deus o tenha), por vezes, vêm os genes ao de cima. Não me provoquem;
- entretenimento é comigo. Qual Oprah Winfrey!;
- também sou solidária como a Angelina Jolie (e gira);
- e mãe. Como só eu sei ser.

Tenho o factor X. De XPTO. Atiro-me de cabeça aos meus compromissos. Ao que é esperado de mim. E dispenso castings, modelos, ideias formatadas, fórmulas, receitas. Ao viver a minha vida, trilho um caminho. E, esse, só eu o conheço! Só eu poderei resolvê-lo. Com o meu factor X!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A garrafa, pelas mão da Joan of July

Joan of July, um blog inspirador.
A sua autora, a lindíssima Catarina, uma blogger nata que aderiu à Garrafa sem saber ao que vinha. De olhos fechados. Um voto de confiança do tamanho do mundo. 

E um obrigado do tamanho do mundo, Catarina. 

Espreitem o que ela escreveu.

Coisas que não sabem sobre mim #3

Adoro fado.
Não percebia quando ouvia o silêncio dos ouvintes adultos. Não percebia quando imploravam ao meu avô para cantar um fadinho. E ele, jogando com o seu charme, primeiro recusava. Depois, arrancava com o "fado das duas filhas". Era assim que o intitulávamos.
 
Batia palmas. Porque via os adultos. Sentia-me feliz porque adorava ouvir o meu avô cantar. Mas não percebia. Não percebia o fado do fado. A importância que tinha para aquela família alentejana, saudosista. A minha família. Tenho estas memórias do tempo em que fado não me dizia nada. E tenho memórias do tempo em que o fado me diz muito.
 
Penso que a grande mudança aconteceu com a Dulce Pontes, no tempo em que o Festival da Canção ainda era um acontecimento. Foi no ano de 1991. Tinha 13 anos. E aquela "Lusitana Paixão" bateu-me cá dentro. Lusitana e paixão. Duas palavras que, para muitos, foi a afirmação de um orgulho adormecido. Para mim, uma descoberta.
 
Dizia-me o meu pai que aquilo era fado. Ele, um amante de fado. E se ele dizia, então era verdade. Para mim a Dulce trouxe-me um fado diferente daquele que eu conhecia. Não tão dramático. Mas com muito sentimento. Despertei para a alma lusitana. Para uma paixão que me impulsionou a descobrir mais. Mais letras, mais fadistas. E olhei para a Amália. Uma Amália que não me conquistou. Com uma voz toldada pela vida. Mas gostei das letras que cantava. Aprendi tudo o que consegui aprender. Pela mão da Dulce que com o CD "Caminhos" ensinou-me muitos fados cantados pelos maiores. "O infante" de Fernando Pessoa, "Fado português", de José Régio, "Gaivota", de Alexandre O'Neill, "Filho azul", de Ary dos Santos, "A ilha do meu fado", de João Mendonça. Fados com letras lindas, bem escritas. Uma referência para quem quer saber mais.
 
Aprendi as letras. Cantava-as e ficava cheia de mim quando o meu pai ou o meu avô cantavam um fadinho e eu sabia a letra. E sabia quem a tinha escrito.
 
Quis o destino que já em adulta tivesse que organizar uma exposição a propósito do 10º aniversário do falecimento da Amália Rodrigues. Por onde é que vou começar? Pensei. Por visitar a casa dela. E foi o melhor que fiz. Um destes dias escreverei sobre essa experiência. Mas digo-vos, quem não compreende Amália, porque dela tem a mesma memória que eu, dos seus últimos anos de artista, visite a sua casa-museu.
 
Adoro fado.
Aprendi-o. Apreendi-o. E passo-o aos meus filhos. Sem eles saberem.
Um destes dias vou mostrar-lhes este vídeo.

 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Gosto mais às escuras!

Quando era miúda, também tive medo do escuro. Ir ao quarto, quando a família estava na sala, era dose. Acendia as luzes todas até lá chegar. Ao mesmo tempo ouvia:
- Apaga as luzes! (imaginem uma voz de mãe a gritar)
Ir à casa de banho era outro drama. E se, por acaso, acordasse de noite e tivesse de me levantar para levantar a luz (não tinha mesa de cabeceira), não o fazia. Chamava alguém.

Dormia no mesmo quarto que a minha irmã. A determinada altura passámos a ter beliches. Ela dormia em cima. Eu dormia em baixo. E numa bela noite a moçoila decidiu cair do primeiro andar. Durante o sono.

Nem me mexi. E ela também não. Continuou a dormir, estatelada no chão. Às escuras. E se não fosse ela que estivesse ali, mas sim um monstro que, em vez de escondido debaixo da cama, estivesse preso ao tecto do quarto há horas só para me assustar?

Mistério desfeito quando os nossos pais entraram no quarto e acenderam a luz. Está-se mesmo a ver. Eles preocupados com a queda e eu cheia de vontade de rir. Não se registou nada de grave. A minha irmã acordou com a luz. E voltou para a cama.

No entanto, apesar do medo do escuro, para mim dormir era com as janelas bem fechadas. As portadas cerradas. Uma nesga de luz que fosse que conseguisse invadir o meu quarto pela manhã, era a morte do artista. A minha, claro! Acordava rabugenta e irritada. E para os que estavam comigo não era fácil. Aturarem-me!

Depois ouvia histórias dos adultos que tinham andado de noite pela casa. Ora para ir à casa de banho, ora para irem comer qualquer coisa. Que confusão que aquilo me fazia. Às escuras? Ir à casa de banho às escuras? Comer às escuras?

Como em tudo na vida, isto é um ciclo. Hoje sou eu a adulta. Sou eu que ando pela casa às escuras. No máximo, para evitar pontapés nos móveis (ando sempre descalça) ou encontrar uma porta fechada, guio-me com a luz do telemóvel. Mas ando às escuras. E os estores também ficam bem fechados. E vejo televisão de luz apagada. E estou no PC sem luz de presença. Gosto! Gosto mesmo!

Agora é a vez dos meus filhos acenderem as luzes até chegarem ao quarto. Ou à casa de banho. Ou à cozinha. E sou eu a ver-me no lugar deles e a pensar que, um dia, aquilo passa-lhes.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Vem aí um bebé!

Fui mãe, pela primeira vez, aos 27 anos.
Pela segunda, aos 32. Não segui a regra dos 3-3-33. Não conhecem? 3 filhos, de 3 em 3 anos até aos 33 anos. Dizem que deve ser assim. Dizem que é esta a fórmula. Mas como nunca fui muito boa aluna a matemática, errei nos cálculos e nos resultados finais.

Não faz mal. Não fui mãe muito cedo, nem muito tarde. Fui no meu tempo certo.

Ter um filho, nos dias que correm, é uma verdadeira aventura. Abono? Só se não tivermos nada para comer. Do primeiro, recebi 11€ por mês até aos 2 anos de idade. Do segundo, zero. Esses 11€ foram fundamentais nas nossas vidas. Dava aí para meia dúzia de fraldas. Por semana. Não dava para leite, consultas médicas, soros, cremes, compressas, pomadas, xaropes, roupa, calçado. Mas qual é a criança que precisa disso? Que disparate, o meu.

Por isso, a minha decisão passou completamente à margem do que este país nos permite. Este país, castrador de sonhos e projectos familiares.

Ter um filho, é uma aventura. Ter dois filhos, é de gente louca. E ter três? Família numerosa, assim são consideradas as famílias com três filhos ou mais. Mas isso é só um rótulo. Vantagens? Mínimas. Na prática, no dia-a-dia, não se reflectem.

Se eu pudesse escolher sem pensar? Sim, teria o terceiro. Mas, talvez, fosse viver para um daqueles municípios que oferecem dinheiro aos casais que decidem ter filhos, de modo a contrariar a baixa taxa de natalidade. 

Na minha família vem aí mais um bebé. O terceiro do núcleo da minha prima. O primeiro, tem 18 anos. O seu segundo, tem 10. O seu terceiro, chega no Verão. Uma alegria. É sempre uma alegria. Uma angústia. Uma incerteza. Sempre. Mas uma vontade imensa de multiplicar esse amor que se sente pelos filhos. 

A minha prima ainda está em boa idade para isso. Começou cedo, é certo, a sua missão. Quanto à fórmula, começou bem. Acertou no primeiro 3. Três filhos. Não vieram de 3 em 3 anos. E ela também já passou os 33 anos. Mas vem em bom tempo. Vem no tempo dele. E admiro a coragem da minha prima e do seu marido. 

A conversa com ela é cautelosa. Os seus receios são maiores. Já passou por isto, é certo. Mas de cada vez, uma nova experiência. A cada filho, um novo primeiro amor. A cada novo ser humano dentro de nós, novas emoções e descobertas.

Invejo-a um bocadinho. Não tenho a sua coragem. Mas sei que vou fazer parte da vida deste novo bebé (que já considero um bocadinho meu). E isso faz-me feliz. Faz-nos felizes. Um bebé, é sempre um sinal de esperança. Nova vida. E este, um dia, quando ler o meu blog, vai perceber porque motivo é que a mãe decidiu tê-lo. Ao ler este post.

Que venhas com saúde, pequeno ser que está a crescer no ventre de sua mãe. Que, com amor, temos a certeza que virás.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Descasamento marcado!

Infelizmente conheço já alguns ex-casais.
Ora pela via do namoro prolongado, ora pela via do casamento. Ex-casais. Uma nova condição. Infelizmente, digo, porque é com a expectativa de partilhar uma vida, até que morte nos separe, que se investe numa relação. E isto de investir numa relação, como bem sabemos, tem muito que se lhe diga!
 
Não somos só nós os envolvidos. São as famílias. Os amigos. Os vizinhos. Os colegas de trabalho. Os conhecidos. Os desconhecidos (que sabem mais sobre a nossa vida do que algum dia possamos imaginar). E, quando os há, os filhos.
 
Isto de chegar ao fim, seja o que for, é uma angústia para todos. Para os protagonistas da relação e para os outros. Os que os redoeiam. Depois há os que querem saber o que não devem. Os que são apanhados de surpresa. Os que até ficam contentes com a derrota do objectivo comum. Os que ficam completamente indiferentes.
 
Não chegar ao fim da meta estabelecida deve ser uma treta. Acabe-se a paixão. Apague-se a chama. Finde o amor. Descubram-se traições. Descubram-se novos interesses. Deve ser uma treta valente!! E, depois, a angústia, do dia do fim... a dúvida, sobre as falhas. A culpabilização de um. A desculpabilização de outro. A hipótese número 3001 de reconciliação. Que se esfuma por si.
 
Ter um descasamento ou divórcio marcado é mais ou menos como ter um casamento marcado.Em ambos os casos:
- dizer o derradeiro "Sim"
- saber que termina um ciclo e que se inicia um novo
- assinar papéis
- dúvidas e mais dúvidas (estarei a dar o passo certo?)
- hora e dia marcado. Pára tudo!
- idumentária a preceito (ninguém quer dar parte fraca)
- testemunhas
- contar como foi
- em alguns casos, celebrar
- em alguns casos, nada de mais
 
Mas, para mim, é sempre uma aprendizagem. Como em tudo na vida. Saber que o tempo investido numa relação serviu para isto, serviu para aquilo e fará sempre parte da vida dos envolvidos. Menos traumático, hoje em dia. Do ponto de vista da sociedade. Mas marcante! Sempre marcante, do ponto de vista pessoal.
 
(não me divorciei. não é autobiográfico. apenas uma reflexão sobre o que me rodeia)

Dicas com amoras #3/52

Estamos na terceira semana do ano.
Chuva e granizo a valer, a pintar de branco a capital. A lembrar-me de como eu gostava que nevasse em Lisboa no Natal. Mas pronto. Isso é só assim daquelas coisas parvas em que penso desde que me conheço. Dei por mim parada no trânsito (levei 40 minutos a fazer um percurso diário de 10 minutos) a tirar fotografias aos passeios e bermas da estrada. Ao céu negro que me fez perguntar se não seriam já 7 da tarde. E, ao mesmo tempo a pensar: - Como é que a malta se entusiasma para sair com este tempo?
 
É fácil! É só querer!
Ficam umas dicas com sabor a amoras para o weekend.
 
No Teatro Politeama está em cena "Robin dos Bosques". Às 15h00 com um custo por bilhete que vai dos 5€ aos 12.50€ pago em todas as idades. Um clássico revisitado. Uma forma inteligente de dar a conhecê-lo aos mais pequenos. Mas não se esqueçam! Antes de verem a peça ou depois, recuperem o livro. Leiam-no com os vossos filhos. Lembrem-se que nas bibliotecas públicas o empréstimo é gratuito.
 
Também no Teatro D. Maria II há programação para a criançada. Ao Domingo de manhã, às 11.30, hora do conto dedicada aos autores do século XX. Todos os Domingos até ao fim de Fevereiro. Manuel António Pina, escritor e jornalista, recentemente falecido, será o ponto de partida para o encontro deste fim-de-semana.
 
E quem gosta de Ary dos Santos?
Vai ser homenageado amanhã no Jardim de Inverno do Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa. Será um concerto com Fernando Tordo, às 18.00, gratuito, mas com a obrigatoriedade de levantamento de bilhete a partir das 13.00 no mesmo local.
 
Agora reparo que os Teatros estão em grande! Como diz o Nilton:
- É tudo à graaande! É tudo à graaaande!
(já passou, pronto...)
 
No Pavilhão Rosa Mota, em Lisboa (pavilhão esse que me trás imensas memórias. Foi lá que vi, pela primeira vez, um concerto ao vivo e a cores sem adultos por perto. Apenas com amigos. E quem é que tocou nessa noite? Os Santos&Pecadores. De resto, o que acontece no Pavilhão, fica no Pavilhão!), vai ter lugar a Feira do Livro em saldo. Entre as 10.00 e as 22.00 até dia 9. Começa amanhã!
 
Se ficarem por casa, passem por aqui. Um blog inspirador. Atentem nas ilustrações a aguarela. Um blog cheio de cor.
 
Também vos dou a conhecer a IRENE. Uma artista de mão cheia que nasceu em Angola, cresceu em Portugal e agora vive no Brasil. Vale a pena espreitar!
 
Se não vos apetecer sair de casa, meus queridos, já sabem! Façam o que vos der na real gana. O que vos der prazer. Mas façam destes os melhores dias da vossa semana.
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

DIY #6

Novo ano, novas festas de anos!
Há sempre um mês mais complicado para toda a gente. Aquele mês em que todas as pessoas que conhecemos e a quem damos presentes decidem fazer anos. Foi toda uma vida assim, mas todos os anos nos lamentamos. :)
 
Mas quando toca ao mês dos nossos filhos... esse é especial! Sem dúvida nenhuma.
Há todo um planeamento. Seja para uma festa em casa ou num espaço alugado com jogos e brincadeiras e lanches incluídos. Se calhar nos meses de Verão, também podemos planear um piquenique. Seja como for, a dica que partilho hoje é exequível para tanto dentro como para fora de casa. Substituem os perigosos balões e embelezam o espaço.
 
O último aniversário a que fui, cuja decoração ficou a cargo da mãe, teve lugar no mês passado. Um primeiro aniversário em pleno mês de Dezebro, juntinho ao Natal. Quem é que tem paciência? Só as mães. Mesmo! E esta mãe de que vos falo, além de ter feito tudo by her self, ainda deu um tema à festa: Jardim de Inverno. Sim, porque em Dezembro não temos de andar só à volta de bolas de neve, renas e afins. Jardim de Inverno, foi de mestre. Permitiu usar tons pastel, com verde e rosa velho. Permitiu trazer para dentro de casa um bocadinho do prazer de estar na rua.

Vejam como é fácil de fazer.

 
Além de fácil, também é muito barato. E o resultado supera o investimento.
 
Do it yourself.
Atrevam-se.

Mães a tempo inteiro (MATI)

Este é um conceito sobejamente conhecido. E sobejamente cobiçado. E sobejamente questionado. Qual é a mãe trabalhadora que não gostaria de poder optar por este "estado profissional"? E qual não é a MATI que não se questiona sobre se fez a melhor opção. Sobre o seu futuro. Sobre se poderá regressar à actividade profissional e ter uma carreira.
 
Vamos por partes.
Ser MATI resulta, na maioria dos casos, de uma opção das mães. Mas quando se trata de uma opção, quando a mulher pode dizer "vou deixar o meu emprego para ser mãe a tempo inteiro" faz, de certeza, um balanço sobre as condições em que isso vai acontecer. O orçamento familiar, proveniente do que aufere o marido. Ou a ajuda económica das famílias, como acontece em alguns casos.
 
Também há outra situação. Ser MATI em resultado da perda do emprego. Em resultado do agregado familiar e as despesas com o mesmo superar o rendimento. E, daí, compensa ficar em casa. Ou, ainda, não ter emprego algum no momento em que se decide ser mãe.
 
Portugal não é dos países mais amistosos da maternidade. Quatro meses com o rendimento por inteiro. Cinco meses ou seis com o rendimento cortado a por aí fora até um ano de idade da criança. Mas o aumento do agregado familiar aumenta, também, as despesas desse mesmo agregado. Quem é que não sabe isso? E os riscos que as mães trabalhadoras correm, em termos de carreira, por se ausentarem do serviço em função da sua nova condição?
 
Sou mãe. Tenho dois filhos. Tenho uma carreira. Mas, aquando do nascimento do meu segundo filho sofri um volteface na minha condição profissional. Aquilo que seria natural ser o próximo passo, a progressão, tornou-se numa miragem.
 
Ser mãe a tempo inteiro não tem preço. Não tem horário. Não tem vencimento. Nem subsídios. Nem almoços de Natal com os colegas. E, muitas vezes, não tem o respeito e consideração devidos por parte dos que rodeiam essas mães. Relegam-nas para segundo plano. Reduzem-nas a algo tão básico, tão básico, como se qualquer pessoa conseguisse, tivesse arcaboiço para ser mãe a tempo inteiro.
 
Não é qualquer pessoa que consegue fazer isso. Tenho a certeza absoluta. Não é qualquer pessoa que abdica da sua ascensão profissional e pessoal em prol dos filhos. Porque isso tem consequências. Ser MATI, por vezes, é uma opção temporária. "Até terem idade de ir para o colégio". Mas quantas mães têm essa oportunidade? Quantas mães conseguem regressar aos empregos ou ingressar num emprego depois de ter estado 2 ou 3 anos em casa. Mesmo quando o marido tem um excelente rendimento, quem garante que o casamento será para sempre e que a mãe não precisará de trabalhar nunca na sua vida?
 
São muitas as questões que pesam na balança desta decisão. Muitas. Sem fim. E, depois, há um misto de emoções. Realização pessoal, frustração, alegria, tristeza, coração cheio, solidão.
 
Pessoalmente, se pudesse, teria sido essa a minha opção. Pessoalmente, admito que só o teria feito com a garantia de ter um rendimento familiar suficiente, de poder regressar ao meu emprego, de não me sentir penalizada nesse aspecto.
 
Mas gosto de pensar nas coisas de outra forma. Eu sou uma Mãe a Tempo Inteiro. Sem dúvida nenhuma! Sou uma mãe que se levanta mais cedo por causa dos filhos. Para tratá-los, dar o pequeno-almoço, garantir malas e mochilas, lanches e equipamentos. Para distribuí-los e garantir que chegam a horas às escolas. Se não os tivesse levantar-me-ía, seguramente, uma hora e meia mais tarde. Todos os dias.
 
Sou uma Mãe a Tempo Inteiro. Tenho uma agenda pessoal com cerca de 70% de compromissos direccionados para eles. Actividades extracurriculares, reuniões nas escolas, médicos, aniversários de amigos, trabalhos escolares, projectos familiares. Se não os tivesse, esse tempo extra seria só meu. A minha agenda estaria muito mais leve.
 
Sou uma Mãe a Tempo Inteiro. Vou ao supermercado muito mais vezes. Garantir os iogurtes de um e de outro. Os lanches, o material escolar pedido a cada semana. E ora compra mais um pijama, mais umas meias ou mais umas camisolas interiores. Se não os tivesse, não iria tantas vezes às compras. Não teria estas preocupações.
 
Sou uma Mãe a Tempo Inteiro. Olho para as montras e acompanho assim as tendências de moda. Não compro sapatos para mim. Não compro malas, nem as novas roupas a cada estação. Aproveito os saldos de criança antecipando a Primavera e o Verão. Se não os tivesse, não teria esta ginástica orçamental adicional.
 
Sou uma Mãe a Tempo Inteiro. Divido o meu dia em quatro turnos. O primeiro, entre o acordar e chegar ao trabalho. O segundo, aquele que me está reservado às horas no emprego. E, por vezes, interrompido por um telefonema a nunciar uma febre. O terceiro, desde a hora de sair do trabalho, ir buscá-los, ir às actividades, dar banhos, fazer trabalhos e jantar, e deitá-los. O quarto, o que fica por fazer depois de irem para a cama. Dobrar roupa. Estender, apanhar, passar a ferro. Preparar tudo para o dia seguinte. Escrever, ler (pouco). Acompanhar uma série ou outra (quando o cansaço não me vence). Se não os tivesse, teria um turno apenas. O meu.
 
Sou uma Mãe a Tempo Inteiro. Só tenho férias nas férias escolares. Deixei de viajar. Estar com amigos só onde posso levá-los comigo. Cada vez mais recebo-os em casa, pois quando chega a hora deito as crianças. Se assim não fosse, continuaria a viajar. A sair sem pensar.
 
Sou uma Mãe a Tempo Inteiro. Amo a tempo inteiro. Penso neles a tempo inteiro. Vivo-os a tempo inteiro. E sou questionada a tempo inteiro. Por olhares desconfiados sobre as minhas decisões. Sobre uma birra que os meninos façam ou uma traquinice. Sou questionada sobre a minha capacidade de educá-los. Pela cara dos outros vejo e sinto isso. Sobre o que faço quando estão doentes. Sobre o que lhes visto. Sobre o que comem. Sobre um ralhete. 
 
Todos à nossa volta sentem que têm essa legitimidade. Mesmo sem nada dizerem conseguem transmitir essa desconfiança pela sua expressão corporal (ou facial). Nunca seremos suficientemente boas. Trabalhemos ou não. Temos de ser SEMPRE super mulheres. 24 horas por dia/7 dias por semana. Não nos é admitida uma falha. Não podemos deixar nada para depois. Ai de nós se pensarmos, por uma vez que seja, em nós, em primeiro lugar. O que nunca acontece. Nunca! Quanto tomamos uma decisão para nós já pesámos tudo o que isso implica. Mas isso... ninguém entende...
 
Não deve haver julgamentos. Calcem os nossos sapatos e façam o nosso caminho. Só assim poderão compreender-nos. Mas isso, é algo que dá muito trabalho neste país cheio de gente preconceituosa.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Cupcakes: os reis da festa!

Conforme vos tinha dito, fiz os cupcakes para o lanche das miúdas em casa. Foi uma festa, tanta criançada. Não nos podemos esquecer que também havia um rapazola que, milagre dos milagres, portou-se lindamente. Bom, as miúdas também ajudaram, verdade seja dita. A minha quer é distância do irmão, fartinha dele até aos olhos! Mas as outras todas amorosas, acharam imensa piada ao miúdo (isto porque ele não teve nenhum ataque de traquinice). Trataram-no como um príncipe. E ele, espertalhão, deixou-se levar na onda.

O dia decorreu dentro da normalidade habitual nestas ocasiões. Ensaiaram coreografias, pinos e espargatas. Ouviram música (já não posso ouvir a Violeta, uma espécie de Floribela), brincaram, jogaram, almoçaram e lancharam. E foi neste momento que entraram os reis da festa: os cupcakes!

Era fotografia para aqui, filme para ali. E agora com um cor-de-rosa. E ainda não tenho com o amarelo. 

E comê-los? Ninguém queria estragar a obra de arte. Houve uma que mandou a fotografia pelo telemóvel para a mãe ver.

Foi giro ver os miúdos.
Foi bom ver a minha filha feliz. 
Foi bom o meu filho ter colaborado.

E também foi bom partilhar o que sobrou com um casal amigo que veio ao serão.










É verdade! Para que fiquem assim, lindos de morrer, e saborosos, juntem-lhe o ingrediente secreto. Aquele... que funciona sempre... ;)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Doação de cabelo

Fiquei impressionada. Pela positiva.
Não sabia que podemos doar cabelo ao IPO.
Não sabia que era assim, tão simples.
 
O IPO aceita doações de cabelo para utilizar em perucas destinadas a doentes que o perderam na sequência dos tratamentos. E é só seguir estes passos:
 
1.º o cabelo não deve estar pintado ou estragado
2.º deve ter um mínimo de 30 cm de comprimento
3.º deve ser cortado entrançado com um elástico em cada ponta ou em rabo de cavalo
4.º pode ser entregue no IPO às terças e quintas
5.º também pode ser enviado pelo correio
 
Só vos digo que não sabia que, em Portgal, também se fazia isso.
 
Se quiserem mais alguma informação, liguem para lá e confirmem o que vos disse. E esclareçam outro aspecto de que não me tenha lembrado (21 722 98 00).
 
É claro que isto suscitou o meu interesse. Comecei a pesquisar e encontrei outros dois casos muito interessantes neste domínio. Primeiro o Locks of Love nos Estados Unidos. Para crianças. É um bocadinho arrepiante. E comovente.
 
Depois, o Little Princesses, no Reino Unido, também para crianças e que mereceu este prémio.
 
 
Isto é assim qualquer coisa de espectacular. Nunca me tinha lembrado de tal coisa.
E não sei se um dia não irei precisar...