segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O multibanco não dá talão!

Tenho uma amiga por afinidade de quem gosto muito (sim, originalmente é amiga de uma prima minha e minha amiga por causa disso. Mais tarde viemos a cimentar uma amizade com base em princípios e valores comuns. E, também, uma história de vida parecida. Não sei se algum dia a teria conhecido se não fosse a minha prima, por isso, é bom ter primas!).
 
Gosto mesmo dela!
Bem disposta, dona de uma contagiosa e genuína gargalhada que a todos põe bem dispostos. Grande humor e atitude. Uma pessoa de bem com a vida. Para além disso, ainda trabalha numa das minhas áreas de eleição, ou seja, na área da psicologia e desenvolve e defende algumas teorias com as quais me identifico a 200%.
 
Não estou a falar de teses de mestrado ou doutoramento, não! Mas de teorias e filosofias de vida que, se atentarmos ao seu real significado, descomplicamos uma série de coisas.
 
Uma dessas teorias ocorre-me com frequência, sobretudo quando quero fazer qualquer coisa no multibanco e desisto quando percebo que o mesmo não dá talão. Entre levantamentos, pagamentos, transferências, consutas de saldo, etc., etc. ,temos um leque de opções que nos facilitam a vida, mas que, sem talão, corremos o risco de não conseguir comprovar nada. Por isso mesmo, quantas vezes viramos costas à máquina porque a mesma "não dá talão"?
 
No que respeita a levantamentos a minha amiga tem uma teoria porreira. Para já, recusa-se a fazer consultas de saldos e quando precisa de levantar dinheiro se a máquina não der talão, ela levanta na mesma!  Ah pois é! Para ela não é o talão que importa. Não são os números que lá vêm que fazem dela uma pessoa mais ou menos feliz.
 
A minha amiga, amiga do seu amigo, diz que o que realmente importa não sai plasmado em talões pela boca de automatismos. O que realmente importa, são os afectos e é isso que a faz feliz. Não deixa que a sua vida dependa disso. E não, ela não é rica! É uma rica pessoa, isso sim. É um rico ser humano. Vive do seu trabalho, sobrevive com o que tem. Mas preenche os seus dias da forma mais absoluta de todas.
 
Concordo com esta postura!
Identifico-me com esta postura!
 
Somos uma marionetas!
Quando é que deixámos de ser livres? Alguém se lembra?
 
Às vezes não temos noção de como estamos dependentes de uma série de tecnologias e, consequentemente, de como isso tem implicações na nossa vida!
Fazemos tudo sem pensar. Basta faltar a luz em casa para ficarmos completamente desorientados. Ficamos sem fogão (se for eléctrico), sem microondas, sem computador (se não tiver bateria), sem telemóvel (quando acaba a bateria) e, em alguns casos, nem os estores de casa se conseguem abrir. Isto para numerar, apenas, meia dúzia de coisas.

Estamos dependentes de tudo!
De um telemóvel com máquina fotográfica, com acesso à internet e capacidade ilimitada de conversação. De um carro que abra as portas à distância, de um carro com comandos no volante. Estamos dependentes de uma série de coisas que nos controlam a vida!
Li-te-ral-men-te!

E, sem darmos por isso, damos cada vez menos valor ao que realmente importa!

A minha amiga, não quer saber do talão. Diz que a razão, a emoção, o bater do coração não vêm num talão. A amizade, a alegria de viver, o saber, não vêm num talão.

E eu concordo com ela.

Já tentei fazer o mesmo. Mesmo porque, quando olho para o talão, fico com vontade de chorar... o melhor mesmo, é não olhar! O melhor mesmo, é andar, andar! Avançar e não parar por causa de um talão depressivo...

O multibanco não dá talão? Pois então, alegremos o coração!

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